quinta-feira, 9 de maio de 2013

O Dia da Besta!



Parte da força armada de Adão Latorre. O mesmo ao centro, de bombacha branca.
Foi no dia 28 de novembro de 1893 que se deu a barbárie. O tenente coronel Adão Latorre, capaz do general federalista Joca Tavares, conseguiu encurralar mais de trezentos chimangos em uma mangueira, nas redondezas de Bagé.
Adão Latorre nasceu em 1835 na localidade de cerro chato, no interior do departamiento de Rivera, junto à fronteira com o Rio Grande do Sul. Filho de escravos foi peão nas fazendas do coronel José da Silva Tavares, no Uruguai, e depois em Bagé. Tudo o mais que se sabe sobre ele é impreciso e contraditório. Presume-se que era grande conhecedor das lidas de campo, pois chegou a capataz dos Tavares. Seria também um guerreiro temível, pois, quando estourou a revolução de 1893, recebeu o comando de um piquete de cavalaria, embora estivesse chegando quase aos sessenta anos. Nesta função, tornou-se um dos símbolos de toda a crueldade que marcou esta guerra. Durante muito tempo atribuiu-se a Latorre a execução de mais de trezentos prisioneiros, e ele foi descrito como “cruel, frio e de tremenda perícia no ato da degola”.
 Como tudo se sucedeu?
A Revolução Federalista ocorreu no sul do Brasil logo após a Proclamação da República, e teve como causa a instabilidade política gerada pelos federalistas, que pretendiam “libertar o Rio Grande do Sul da tirania de Júlio Prates de Castilhos”, então presidente do Estado.
Empenharam-se em disputas sangrentas que acabaram por desencadear uma guerra civil, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, e que foi vencida pelos pica-paus, seguidores de Júlio de Castilhos.
O Partido Federalista do Rio Grande do Sul foi fundado em 1892 por Gaspar Silveira Martins. Em tese, defendia o sistema parlamentar de governo e a revisão da Constituição, pretendendo o fortalecimento do Brasil como União Federativa. Desta forma, esta filosofia chocava-se frontalmente contra a constituição do Rio Grande do Sul de 1891. Esta era inspirada no positivismo e no presidencialismo, resguardando a autonomia estadual, filosofia adotada por Júlio de Castilhos, chefe do Partido Republicano Rio-grandense, e que seguia o princípio comtiano-positivista das “pequenas pátrias”.
Os seguidores de Gaspar da Silveira Martins, Gasparistas ou maragatos, eram frontalmente opostos aos seguidores de Júlio de Castilhos, castilhistas ou Pica-paus.
As desavenças iniciaram-se com a concentração de tropas sob o comando do maragato João Nunes da Silva Tavares, o Joca Tavares, barão de Itaqui em campos da Carpintaria, no Uruguai, localidade próxima a Bagé.
Logo após o potreiro de Ana Correia, vindo do Uruguai em direção ao Rio Grande do Sul, encontrava-se o coronel caudilho federalista Gumercindo Saraiva.

Coronel Joca Tavares (terceiro sentado, da esquerda para a direita) e seus auxiliares imediatos, incluíndo Francisco Lacerda, mais conhecido como Chico Diabo (terceiro em pé, da esquerda para direita)Foto de 1870.
Coronel Joca Tavares (terceiro sentado, da esquerda para a direita) e seus auxiliares imediatos, incluíndo Francisco Lacerda, mais conhecido como Chico Diabo (terceiro em pé, da esquerda para direita)Foto de 1870.
Eficientemente, os maragatos dominaram a fronteira, exigindo a deposição de Júlio de Castilhos, que havia sido eleito presidente do estado pelo voto direto. Havia também o desejo de um plebiscito onde o povo deveria escolher a forma de governo.
Devido à gravidade do movimento, a rebelião adquiriu âmbito nacional rapidamente, ameaçando a estabilidade do governo rio-grandense e o regime republicano em todo o país. Floriano Peixoto, então na presidência da República, enviou tropas federais sob o comando do general Hipólito Ribeiro para socorrer Júlio de Castilhos.

E o Latorre?

É neste momento que o monstro é criado!
Em uma pequena estância chamada Estância Colorado, moravam os pais de Latorre. O coronel Pedroso depois de atear fogo na Estância do Limoeiro, cruza pelos “Olhos D’Água” e a poucos quilômetros, próximo a Encruzilhada, degola os pais de Adão Latorre e ateia fogo no seu rancho. Por esse motivo é que Adão Latorre se apresenta como voluntário aos revolucionários com o intuito de vingar o assassinato de seus pais por Manoel Pedroso, segundo o História de Bagé por Eurico Jacinto Sales, página 278:
Adão Latorre ao centro, dois homens de sua confiança lhe fazendo escolta.
Adão Latorre ao centro, dois homens de sua confiança lhe fazendo escolta.

MASSACRE DO RIO NEGRO

Joca Tavares, contando com cerca de 3000 homens, cercou um grupo de 300 chimangos, aproximadamente. Os mesmos são levados para uma mangueira de pedra e ali mantidos como reféns. Surge então, Latorre. Dentre os prisioneiros, estava seu desafeto Maneca Pedroso. A sede de vingança se espalhou a todos os prisioneiros, e, com a ajuda de mais capangas, foi dado início a degola.
Uma das primeiras fotos da Mangueira após a retirada dos corpos.
Uma das primeiras fotos da Mangueira após a retirada dos corpos.
Um a um, foram sendo trazidos os prisioneiros e postos de joelho, de costas para Latorre. O mesmo, inicialmente transfixava-lhes o pescoço com um punhal de quinze centímetros. À medida que o tempo passava, já todo banhado de sangue, partiu para a técnica da “criolla”, onde a faca é passada de orelha à orelho, cortando as artérias e garganta, tudo de uma só vez.
Um dos últimos a serem mortos, foi o Cel. Manoel Pedroso. Relatos da época, narram como se deu o último diálogo entre os dois:
“- Cel. Pedroso: Adão, quanto vale a vida de um homem valente e de bem?
Adão Latorre: De bem… não sei. A vida de um homem vale muito, a tua não vale nada porque está no fio de minha faca e não há dinheiro que pague.
Cel. Pedroso: Pois então degola “negro filho da puta”. Dito isso segurou-se a um arbusto, levantando a cabeça para facilitar a tarefa ao inimigo.”

Dizem ainda que o Coronel pediu a Adão para que entregasse um anel de seu uso a uma filha residente em Pelotas, segundo informações foi cumprido o feito por Adão Latorre.

Latorre pousando para retrato, enquanto degolava um prisioneiro.
Latorre pousando para retrato, enquanto degolava um prisioneiro.

Os corpos das vítimas foram lançados em uma pequena lagoa que havia na região. A quantidade de corpos era tão grande e o cheiro tão forte, que começou a atrair porcos das estancias vizinhas, que, prontamente, passaram a devorar os corpos que encontravam-se às margens.
Reza a lenda, que nesta lagoa, ainda se escutam suspiros e gemidos. Desde então, passou a ser conhecida por Lagoa da Música e muitas lendas circundam o local.
Já octagenário, Adão Latorre estava, em 15 de maio de 1923, no Combate de Santa Maria Chica, nas proximidades da cidade de Dom Pedrito. Participaram do Combate cerca de 2.300 homens do Governo e 2.000 revolucionários. Houve um encontro inesperado entre as colunas, sendo o resultado desfavorável para os Libertadores. Latorre, que comandava um piquete, procurou oferecer alguma resistência no passo do Bento Rengo. Sob o fogo das metralhadoras, o velho caudilho, com apenas trinta homens, estendeu linha e, para proteger a retirada dos demais, ficou tiroteando contra uma coluna inimiga. Mais tarde, quando tentava salvar a cavalhada da sua coluna, seu próprio ginete foi ferido de morte por uma bala. Latorre desembaraçou-se dele e, no meio da fuziliaria, começou a encilhar com toda calma o cavalo que um de seus filhos lhe trouxe. Foi então atingido duas vezes, uma no peito e outra no ventre, caindo fulminado. Após ser fuzilado, Latorre foi decaptado em forma de vingança.
Pedro Antônio de Souza Neto (tio Pedro), ferreiro do antigo 12º RC, hoje 3º Batalhão Logístico (Batalhão Presidente Médici), foi quem no ano de 1923, com a patente de 3º sargento do Exército, foi designado a integrar um pelotão para fazerem o translado do corpo de Adão Latorre do Passo da Maria Chica para Bagé, onde foi sepultado no cemitério dos Anjos, na cidade de Santa Tecla.
lapide
Adão deixou treze filhos dos quais nove eram Uruguaios e dois deles possuíam o nome de João.

No livro nº 4 dos Contratos Diversos do 8º Distrito, encontramos registrado no dia 27 de setembro de 1922 o Testamento do Lendário Cel. Adão Latorre que possui o seguinte teor:
Adão Latorre, solteiro, uruguaio, com 83 anos de idade, domiciliado no 1º Distrito a quem conhecemos e atestamos a sua perfeita sanidade, declara em seu testamento sua última vontade pela maneira seguinte: Que não tendo herdeiros necessários, descendentes ou ascendentes, embora reconhecendo verdadeiros e naturais os seus dois filhos havidos com Maria Francisca Nunes, brasileira, solteira já falecida, João Latorre com 52 anos de idade e Nicamoza Latorre com 42 anos, solteiros, uruguaios, residentes no município, deixa oito braças de sesmaria e a casa para Josefina Machado companheira com que reside, cuja área tem limites com a propriedade de Gaudêncio Furtado de Souza e a estrada real de Bagé ao Camaquã e nomeia como testados  Gaudêncio Furtado de Souza e substituto Vergílio Alfredo de Almeida. Testemunhas: Plínio Azevedo (funcionário público), José Otávio de Lima (comerciante), Miguel Ravizo (comerciante), Anaurelino Francisco Ferreira (funcionário público) e Jônatas José de Carvalho (proprietário). Escrivão ao Sr. José Maria Lopes”.
58973790
Cássio Lopes, presidente do Núcleo de Pesquisas Históricas de Candiota, salienta que além de Adão Latorre, existiram outros uruguaios, que lutaram na Revolução de 1893, defendendo a causa Maragata, podendo destacando o General Aparicio Saraiva e sua força, que era composta por vários de seus compatriotas.
Coordenadas  geográficas do local da carnificina: 31° 14′ 17.99″ S  54° 4′ 24.87″ W
 Esta história também foi brilhantemente narrada no poema O Combate do Rio Negro, do Antônio Augusto Ferreira. Segue o mesmo abaixo:

 O COMBATE DE RIO NEGRO
Antonio Augusto Ferreira

Rio Negro foi assim, mais que um combate,
foi todo um dia devotado à fera,
e a gente viu as presas da pantera
cravarem-se mortais na carne humana
no lugar preferido: a jugular.

Rio Negro, como palco que era verde,
ficou tomado de vermelho e preto,
e a gente viu a força com que o ódio
irrompe dessa audácia que há no homem
pra dar lugar à fúria do animal.

O combate era entre tropas da fronteira,
homens forjados no calor da guerra
que nesse dia fez tremer a terra
com sentenças de morte sem defesa.
Foi condena de tantos, que eram bravos,
e vendo-se perdidos, soltam armas,
mas tombam degolados no holocausto
pra que o ódio se espoje no banquete
e a fera possa devorar a presa.

Essa revolução vinha de longe,
tava estampada n’alma e nos pescoços.
A cor de lenço era o brasão dos moços
que os unia ao caudilho do lugar.
93 já tinha feito estragos
nas heróicas cargas a cavalo;
e as mortes a fuzil e a ferro branco
semeavam carniças pelo pago.

O combate em Rio Negro foi terrível.
Joca Tavares, do quartel de João Francisco,
com 3.000 homens, em manobras ágeis,
cerca e envolve a força governista.
Já não dá mais pra resistir na guarda,
a desvantagem em número e terreno
obriga os homens a depor as armas.

Ao todo são 300 prisioneiros
que estão agora maneados na mangueira.
O comandante vencedor se afasta,
mas e quem é que fica em seu lugar?

Pois é aí que surge no cenário
a figura mortal de Adão Latorre,
de faca em punho pra tratar dos presos.
É que ele tinha contas a ajustar.

Manda trazer pra fora os prisioneiros,
um por um, despojados e maneados,
vêm sendo apresentados pra sentença.
A razão é indiferente na degola
e a decisão dispensa os argumentos.

A execução começa sem rodeios:
amunta no cangote do vivente,
a mão esquerda puxa-lhe os cabelos,
enquanto a faca abre dois buracos
na carótida que esguicha o sangue quente.

É degola brasileira a que pratica
nesse começo mais que criterioso
de matar prisioneiro a sangue frio.

Vem outro condenado - um salto, o talho;
a mão, as roupas se empapando em sangue
aumentam o furor do coronel.
Esse bodum de sangue, suor e fezes
e o terrível odor que tem a morte
atrai a cachorrada do galpão
que vem lamber as poças no local.

Uma carroça embarca o degolado
depois que ele exercita os movimentos
subseqüentes ao golpe da degola:
primeiro vem o talho e a golfada.
depois, pára de pé, ensaia uns passos,
solta uns gritos e uns roncos de terror,
estremece, cai e se contorce até a morte.

Latorre afia novamente a faca,
parece conhecer o seu ofício,
mas à medida que lhe espuma o ódio
muda de tática, mostra outra maneira
de passar um cristão no fio da faca..

É a “criolla”, a que exige menos,
não requer cuidados nem perícia,
o talho a trafegar de orelha a orelha,
um golpe só, cortando artérias, goela,
igual a quem, não sabendo, sangra ovelha.

O prisioneiro Pedroso é altaneiro
mas tenta negociar com a facínora:
“- Quanto vale a vida, Adão,
de um homem bueno e valente?”
“- Valente sim, vossimecê,
mas bueno não, pelo que andou fazendo.
A tua nada vale, tá no fio da minha faca”.
Pedroso sente o calor da antiga luta,
levanta o queixo, entesa o corpo, afronta a faca:
“- Então degola, negro fiadaputa!”. (*)

O local tá virado em sangue e barro
numa pasta que já vai se grudando
nas botas dos soldados.
Os caranchos estão sentados
nos galhos dos umbus
à volta do massacre..

O carroceiro leva os corpos quentes
pr’uma lagoa,
jogando-os n’água para que se afundem.
Essa lagoa passou a chamar-se “Música”
pois dizem que os gemidos dos coitados
ainda hoje assombram essas plagas.

Vem notícia pior da beira d’água:
uma vara de porcos esfomeada
pressentiu o fartum da carne fresca
e está devorando alguns cadáveres
pois não deu tempo de os jogar no fundo
ficando alguns largados pela margem.

Ao todo são trezentos os da faca?
Ainda hoje se discute o número
dos sangrados neste dia, no Rio Negro.

E o que ficou desse macabro fato,
que teve represália no Boi Preto,
onde outro coronel, um outro bárbaro,
deu o troco de moeda de igual peso?
Ficou-nos esse quadro de tragédia
que não se apaga nunca, nem num século,
e mancha tão profunda nossa alma
quanto denigre a história conterrânea.

Rio Negro foi assim, mais que um combate,
foi todo um dia devotado à fera!


Outra barbárie semelhante foi a do Boi Preto, executada por Firmino de Paula, mas, isto é assunto para outro post…

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Grito do Nativismo - O Festival e um pouco de sua história:




A origem do Grito do Nativismo Gaucho de Jaguari insere-se no próprio contexto histórico do movimento dos festivais nativistas do RS.
Atraídos pelo sucesso de outros eventos do gênero e tangidos pela forte mobilização cultural dos mesmos, alguns jaguarienses idealizaram um festival nativista, a exemplo de outros, para Jaguari.
Por que Jaguari não ter o seu próprio Festival?

Sempre atento as programações culturais, iniciando sua caminhada como compositor, Telmo Paulo Flores incentivador e apreciador do nativismo, começou a encontrar as respostas para essa pergunta que trazia consigo. Conforme ele, o ponto de partida foi reunir amigos influentes da sociedade jaguariense para discutirem a proposta de realizar um evento desta natureza. Daniel Lena Marchiori Silvio Bertoncheli, Felice Taschetto, Hermes Picoli, Nascir Alves de Siqueira e João Damasio Cattelan, entre outros, participaram das reuniões realizadas nas dependências da Radio Jaguari e, por acreditarem nesta idéia, fizeram fecundar esta semente.

O festival estava idealizado e o esforço desse grupo precisava ser ouvido mais longe como um grito que ecoasse na imensidão. Assim, a palavra “Grito” emprestou sentido às idéias dos organizadores originando o nome do festival que foi denominado Grito do Nativismo Gaucho de Jaguari. Graças ao apoio de toda a comunidade o festival deslanchou e esta ai hoje, em sua 14° edição, como um dos maiores do Estado.

Para por em pratica este projeto foi criada em 1986 a Associação Cultural e Tradicionalista de Jaguari, entidade responsável pela organização do evento. Neste sentido, o grupo contou com apoio e a experiência de personalidades do nativismo gaucho: Jaime Brum Carlos e Oristela Alves Schuck! Este intercâmbio foi fundamental para a realização de um bom festival, que logo se tornou grande, tanto em organização como em qualidade poético-musical.

Alem dessa estrutura e do esforço da comunidade, a grandeza do Grito é garantida pelo ecletismo que Ihe é peculiar. O festival sempre soube abrir espaços, tanto para a música campeira como para a música mais projetada.

No palco do Grito, convivem, democraticamente, todas as formas de manifestações da musica sul rio-grandense. O festival aceita trabalhos que se alinhem em qualquer das tendências que dominam o movimento nativista do RS levando em conta somente a qualidade dos mesmos. Sem romper com as nossas origens rurais, nos aproximamos da realidade de um estado urbanizado e contemporâneo, valorizando, ainda mais, a nossa cultura como um todo.
Em sua primeira edição, o Grito foi presidido por Daniel Lena Marchiori e realizou-se em janeiro de 1987, no Salão Paroquial de Jaguari. Nela consagrou-se como uma espécie de hino para os Jaguarienses a canção vencedora “Caminhos de Jaguari”.

Com a conclusão das obras do Ginásio Municipal de Esportes, hoje denominado “Daniel Lena Marchiori”, o evento, a partir da sua segunda edição, foi realizado no “Ginásio” ate a sua sétima edição. Com um local mais amplo para acolher o publico, o festival foi ganhando uma projeção em nível de Estado. Quem presidiu o Grito em seu segundo ano foi João Damasio Cattelan, contando com a coordenação geral de Telmo Paulo flores.

O 3°, 4° e 5° Grito do Nativismo teve como presidente Edison Bedin, enquanto o 6.° e 7.° ultimo a ser realizado no Ginasião foram presididos por Antonio Carlos Boeira e Marilene Nadalon Bertoncheli, respectivamente. Ano a ano o festival foi melhor se estruturando e crescendo em todos os aspectos, despertando assim um grande interesse entre os compositores, músicos e imprensa de todo o Estado. A visita dos organizadores a outros eventos possibilitou uma importante troca de experiências que permitiu a consolidação do Grito como um grande festival. Esta maturidade comprovou-se no 3° Eco dos Festivais de Tramandai quando a vencedora da 5° edição, a composição “Terra e Gente” de Mauro Moraes, foram apontadas pelos jurados como a melhor musica dos festivais nativistas do RS, no ano de 1991.

Presidido por Antônio Carlos Jordão, o 8.° Grito de Jaguari abriu um importante leque para as inovações. O festival passou a ser realizado no Clube de Caça e Pesca de Jaguari CAPEJAR, local aprazível para a época do evento. Deu-se continuidade a realização de espetáculos para “todos os gostos”, reafirmando uma perfeita integração entre musica e cultura. Os compositores locais ganharam um espaço para suas composições concorrerem juntamente com as demais classificadas. Uma enorme lona cobriu uma considerável área as margens do rio Jaguari, belo por sua natureza e atraente pela hospitalidade da gente jaguariense.

O sucesso alcançado garantiu para janeiro de 1995 a realização da 9° edição, presidida por Gentil Campara que, buscando referencias nas edições anteriores, ousou ainda mais, projetando um festival com características mais abrangentes. Atendendo o desejo do público mais jovem, o festival realizou um espetáculo especial com o grupo Nenhum de Nos de rock.
Em seu 10°, o Grito inova mais. Presidido novamente por Gentil Campara cria-se um espaço para a sua realização nas dependências do CAPEJAR, onde construiu-se uma pista aproximada de 500 metros quadrados que servira para a realização dos bailes no interior de uma área plana, que abrigara as duas lonas, aumentando a capacidade de público nas quatro noites em que se realizara o evento. A partir deste ano o Grito de Jaguari abriu espaços para a música instrumental.

Na 11° edição, o festival foi presidido por Orestes Bolzan Bertoncheli que, juntamente com a comissão organizadora, buscam aperfeiçoar a estrutura do Festival atendendo as mais diversas necessidades. Um dos itens mais positivos foi a contratação de uma equipe de segurança para atender a demanda do festival. As composições classificadas nesta edição foram gravadas em CD, bem como o registro da musica “Caminhos de Jaguari”, só instrumental, com arranjos do maestro Daniel Morales.

A 12° e 13° edição foi presidida por Eudo Callegaro Tambara, que preocupado com o crescente aumento de público e segurança em dias de chuvas, pretende realizar a construção de um galpão de eventos junto ao CAPEJAR. Foi eliminada, nesta edição, a participação de musica instrumental

Na 14° edição, novamente presidida por Eudo Tambara, o pavilhão foi ampliado, alcançando 3.500 m2 de área construída. Dessa forma o acesso e a comodidade do público melhoraram e JAGUARI passou a ter um importante espaço para os diferentes eventos promovidos no município.

Na 15° Edição, presidida por Joceli Antonio Salin, consolida-se parceria entre Associação Cultural e Tradicionalista de Jaguari e o Clube de Caça e Pesca de Jaguari, ocasionando assim a ampliação do espaço, tornando-se também a sede da Associação, alem de proporcionar um melhor atendimento aos participantes com alimentação em restaurante localizado no próprio Pavilhão de Eventos.

Na 16° Edição novamente presidida por Joceli Salin, o Pavilhão de Eventos continua recebendo melhorias vlsando a melhor acomodação do publico e dos participantes. O Grito consolida-se no cenário dos festivais.

O 17° Grito presidido por Eudo Tambara foi realizado em caráter excepcional. Devido ao episódio que ficou conhecida como o “caso do bugio”, que em função de um bugio encontrado morto nas margens do Rio, Jaguari foi considerada área de risco de contagio da febre amarela. Como a preleção já havia sido feita, o CD foi gravado e o Festival foi transferido para o mês de agosto de 2003 e realizado junto a FEICOAGRO. As músicas foram apresentadas e os jurados definiram a premiação.

Confira algumas canções do festival:




Fontes: Prefeitura Municipal de Jaguari / Youtube