tag:blogger.com,1999:blog-30837641916299102342024-03-13T04:27:49.768-07:00Almas CharruasCaco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.comBlogger25125tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-79043176839701887802013-05-09T16:23:00.001-07:002013-05-09T16:24:21.163-07:00O Dia da Besta!<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioEcEWHeqs752ZHFzBLIXRHQkKYnUUwmbjqIsRVl71Tv3zefRRvgSZbGKYajUgaNI9w8b0BjXMygycbH__vSIea8rBqDXAf9oIEkoUEjmTp_SR3gjRv_WXASr95lLrgPnx-C_7WTkmRjc/s1600/Foto+1.jpg" imageanchor="1" style="background-color: black; margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: white;"><img border="0" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioEcEWHeqs752ZHFzBLIXRHQkKYnUUwmbjqIsRVl71Tv3zefRRvgSZbGKYajUgaNI9w8b0BjXMygycbH__vSIea8rBqDXAf9oIEkoUEjmTp_SR3gjRv_WXASr95lLrgPnx-C_7WTkmRjc/s320/Foto+1.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_43" style="clear: both; font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin: 4px; padding: 4px; text-align: center; width: 310px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<div class="wp-caption-text" style="font-size: 12pt; line-height: 17px; padding: 0px; width: 279px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Parte da força armada de Adão Latorre. O mesmo ao centro, de bombacha branca.</span></div>
</div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Foi no dia 28 de novembro de 1893 que se deu a barbárie. O tenente coronel Adão Latorre, capaz do general federalista Joca Tavares, conseguiu encurralar mais de trezentos chimangos em uma mangueira, nas redondezas de Bagé.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Adão Latorre nasceu em 1835 na localidade de cerro chato, no interior do departamiento de Rivera, junto à fronteira com o Rio Grande do Sul. Filho de escravos foi peão nas fazendas do coronel José da Silva Tavares, no Uruguai, e depois em Bagé. Tudo o mais que se sabe sobre ele é impreciso e contraditório. Presume-se que era grande conhecedor das lidas de campo, pois chegou a capataz dos Tavares. Seria também um guerreiro temível, pois, quando estourou a revolução de 1893, recebeu o comando de um piquete de cavalaria, embora estivesse chegando quase aos sessenta anos. Nesta função, tornou-se um dos símbolos de toda a crueldade que marcou esta guerra. Durante muito tempo atribuiu-se a Latorre a execução de mais de trezentos prisioneiros, e ele foi descrito como “cruel, frio e de tremenda perícia no ato da degola”.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<strong><span style="color: white; text-decoration: underline;"><em style="background-color: black;"> Como tudo se sucedeu?</em></span></strong></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">A Revolução Federalista ocorreu no sul do Brasil logo após a Proclamação da República, e teve como causa a instabilidade política gerada pelos federalistas, que pretendiam “libertar o Rio Grande do Sul da tirania de Júlio Prates de Castilhos”, então presidente do Estado.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Empenharam-se em disputas sangrentas que acabaram por desencadear uma guerra civil, que durou de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, e que foi vencida pelos pica-paus, seguidores de Júlio de Castilhos.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">O Partido Federalista do Rio Grande do Sul foi fundado em 1892 por Gaspar Silveira Martins. Em tese, defendia o sistema parlamentar de governo e a revisão da Constituição, pretendendo o fortalecimento do Brasil como União Federativa. Desta forma, esta filosofia chocava-se frontalmente contra a constituição do Rio Grande do Sul de 1891. Esta era inspirada no positivismo e no presidencialismo, resguardando a autonomia estadual, filosofia adotada por Júlio de Castilhos, chefe do Partido Republicano Rio-grandense, e que seguia o princípio comtiano-positivista das “pequenas pátrias”.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Os seguidores de Gaspar da Silveira Martins, Gasparistas ou maragatos, eram frontalmente opostos aos seguidores de Júlio de Castilhos, castilhistas ou Pica-paus.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">As desavenças iniciaram-se com a concentração de tropas sob o comando do maragato João Nunes da Silva Tavares, o Joca Tavares, barão de Itaqui em campos da Carpintaria, no Uruguai, localidade próxima a Bagé.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Logo após o potreiro de Ana Correia, vindo do Uruguai em direção ao Rio Grande do Sul, encontrava-se o coronel caudilho federalista Gumercindo Saraiva.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_45" style="clear: both; font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin: 4px; padding: 4px; text-align: center; width: 310px;">
<a href="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/Coronel-Joca-Tavares-terceiro-sentado-da-esquerda-para-a-direita-e-seus-auxiliares-imediatos-inclu%C3%ADndo-Francisco-Lacerda-mais-conhecido-como-Chico-Diabo-terceiro-em-p%C3%A9-da-esquerda-para-direitaFoto-de-1870.jpg" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: black; color: white;"><img alt="Coronel Joca Tavares (terceiro sentado, da esquerda para a direita) e seus auxiliares imediatos, incluíndo Francisco Lacerda, mais conhecido como Chico Diabo (terceiro em pé, da esquerda para direita)Foto de 1870." class="size-medium wp-image-45" src="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/Coronel-Joca-Tavares-terceiro-sentado-da-esquerda-para-a-direita-e-seus-auxiliares-imediatos-inclu%C3%ADndo-Francisco-Lacerda-mais-conhecido-como-Chico-Diabo-terceiro-em-p%C3%A9-da-esquerda-para-direitaFoto-de-1870-300x243.jpg" style="border: 0px none; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" /></span></a><br />
<div class="wp-caption-text" style="font-size: 12pt; line-height: 17px; padding: 0px; width: 279px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Coronel Joca Tavares (terceiro sentado, da esquerda para a direita) e seus auxiliares imediatos, incluíndo Francisco Lacerda, mais conhecido como Chico Diabo (terceiro em pé, da esquerda para direita)Foto de 1870.</span></div>
</div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Eficientemente, os maragatos dominaram a fronteira, exigindo a deposição de Júlio de Castilhos, que havia sido eleito presidente do estado pelo voto direto. Havia também o desejo de um plebiscito onde o povo deveria escolher a forma de governo.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Devido à gravidade do movimento, a rebelião adquiriu âmbito nacional rapidamente, ameaçando a estabilidade do governo rio-grandense e o regime republicano em todo o país. Floriano Peixoto, então na presidência da República, enviou tropas federais sob o comando do general Hipólito Ribeiro para socorrer Júlio de Castilhos.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<em><strong><span style="background-color: black; color: white; text-decoration: underline;">E o Latorre?</span></strong></em></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">É neste momento que o monstro é criado!</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Em uma pequena estância chamada Estância Colorado, moravam os pais de Latorre. O coronel Pedroso depois de atear fogo na Estância do Limoeiro, cruza pelos “Olhos D’Água” e a poucos quilômetros, próximo a Encruzilhada, degola os pais de Adão Latorre e ateia fogo no seu rancho. Por <b>esse motivo é que</b> Adão Latorre se apresenta como voluntário aos revolucionários com o intuito de vingar o assassinato de seus pais por Manoel Pedroso, segundo o <b><i>História de Bagé por Eurico Jacinto Sales, página 278</i></b>:</span></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_46" style="clear: both; font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin: 4px; padding: 4px; text-align: center; width: 310px;">
<a href="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/Foto-2.jpg" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: black; color: white;"><img alt="Adão Latorre ao centro, dois homens de sua confiança lhe fazendo escolta." class="size-medium wp-image-46" src="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/Foto-2-300x190.jpg" style="border: 0px none; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" /></span></a><br />
<div class="wp-caption-text" style="font-size: 12pt; line-height: 17px; padding: 0px; width: 279px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Adão Latorre ao centro, dois homens de sua confiança lhe fazendo escolta.</span></div>
</div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<em><b><span style="background-color: black; color: white; text-decoration: underline;">MASSACRE DO RIO NEGRO</span></b></em></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Joca Tavares, contando com cerca de 3000 homens, cercou um grupo de 300 chimangos, aproximadamente. Os mesmos são levados para uma mangueira de pedra e ali mantidos como reféns. Surge então, Latorre. Dentre os prisioneiros, estava seu desafeto Maneca Pedroso. A sede de vingança se espalhou a todos os prisioneiros, e, com a ajuda de mais capangas, foi dado início a degola.</span></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_47" style="clear: both; font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin: 4px; padding: 4px; text-align: center; width: 310px;">
<a href="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/60109601.jpg" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: black; color: white;"><img alt="Uma das primeiras fotos da Mangueira após a retirada dos corpos." class="size-medium wp-image-47" src="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/60109601-300x194.jpg" style="border: 0px none; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" /></span></a><br />
<div class="wp-caption-text" style="font-size: 12pt; line-height: 17px; padding: 0px; width: 279px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Uma das primeiras fotos da Mangueira após a retirada dos corpos.</span></div>
</div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Um a um, foram sendo trazidos os prisioneiros e postos de joelho, de costas para Latorre. O mesmo, inicialmente transfixava-lhes o pescoço com um punhal de quinze centímetros. À medida que o tempo passava, já todo banhado de sangue, partiu para a técnica da “criolla”, onde a faca é passada de orelha à orelho, cortando as artérias e garganta, tudo de uma só vez.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Um dos últimos a serem mortos, foi o Cel. Manoel Pedroso. Relatos da época, narram como se deu o último diálogo entre os dois:</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<b><i style="background-color: black;"><span style="color: white;">“- <span style="text-decoration: underline;">Cel. Pedroso:</span> Adão, quanto vale a vida de um homem valente e de bem?<br />- <span style="text-decoration: underline;">Adão Latorre:</span> De bem… não sei. A vida de um homem vale muito, a tua não vale nada porque está no fio de minha faca e não há dinheiro que pague.<br />- <span style="text-decoration: underline;">Cel. Pedroso:</span> Pois então degola “negro filho da puta”. Dito isso segurou-se a um arbusto, levantando a cabeça para facilitar a tarefa ao inimigo.”</span></i></b></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Dizem ainda que o Coronel pediu a Adão para que entregasse um anel de seu uso a uma filha residente em Pelotas, segundo informações foi cumprido o feito por Adão Latorre.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div class="wp-caption aligncenter" id="attachment_48" style="clear: both; font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin: 4px; padding: 4px; text-align: center; width: 310px;">
<a href="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/74-Degolando.jpg" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: black; color: white;"><img alt="Latorre pousando para retrato, enquanto degolava um prisioneiro." class="size-medium wp-image-48" height="206" src="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/74-Degolando-300x206.jpg" style="border: 0px none; height: auto; margin: 0px; max-width: 100%; padding: 0px;" width="300" /></span></a><br />
<div class="wp-caption-text" style="font-size: 12pt; line-height: 17px; padding: 0px; width: 279px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Latorre pousando para retrato, enquanto degolava um prisioneiro.</span></div>
</div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Os corpos das vítimas foram lançados em uma pequena lagoa que havia na região. A quantidade de corpos era tão grande e o cheiro tão forte, que começou a atrair porcos das estancias vizinhas, que, prontamente, passaram a devorar os corpos que encontravam-se às margens.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Reza a lenda, que nesta lagoa, ainda se escutam suspiros e gemidos. Desde então, passou a ser conhecida por Lagoa da Música e muitas lendas circundam o local.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Já octagenário, Adão Latorre estava, em 15 de maio de 1923, no Combate de Santa Maria Chica, nas proximidades da cidade de Dom Pedrito. Participaram do Combate cerca de 2.300 homens do Governo e 2.000 revolucionários. Houve um encontro inesperado entre as colunas, sendo o resultado desfavorável para os Libertadores. Latorre, que comandava um piquete, procurou oferecer alguma resistência no passo do Bento Rengo. Sob o fogo das metralhadoras, o velho caudilho, com apenas trinta homens, estendeu linha e, para proteger a retirada dos demais, ficou tiroteando contra uma coluna inimiga. Mais tarde, quando tentava salvar a cavalhada da sua coluna, seu próprio ginete foi ferido de morte por uma bala. Latorre desembaraçou-se dele e, no meio da fuziliaria, começou a encilhar com toda calma o cavalo que um de seus filhos lhe trouxe. Foi então atingido duas vezes, uma no peito e outra no ventre, caindo fulminado. Após ser fuzilado, Latorre foi decaptado em forma de vingança.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Pedro Antônio de Souza Neto (tio Pedro), ferreiro do antigo 12º RC, hoje 3º Batalhão Logístico (Batalhão Presidente Médici), foi quem no ano de 1923, com a patente de 3º sargento do Exército, foi designado a integrar um pelotão para fazerem o translado do corpo de Adão Latorre do Passo da Maria Chica para Bagé, onde foi sepultado no cemitério dos Anjos, na cidade de Santa Tecla.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<a href="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/59393746.jpg" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: black; color: white;"><img alt="lapide" class="aligncenter size-medium wp-image-49" height="300" src="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/59393746-225x300.jpg" style="border: none; clear: both; display: block; height: auto; margin: 6px; max-width: 100%;" width="225" /></span></a></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Adão deixou treze filhos dos quais nove eram Uruguaios e dois deles possuíam o nome de João.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">No livro nº 4 dos Contratos Diversos do 8º Distrito, encontramos registrado no dia 27 de setembro de 1922 o Testamento do Lendário Cel. Adão Latorre que possui o seguinte teor:</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">“<b><i>Adão Latorre, solteiro, uruguaio, com 83 anos de idade, domiciliado no 1º Distrito a quem conhecemos e atestamos a sua perfeita sanidade, declara em seu testamento sua última vontade pela maneira seguinte: Que não tendo herdeiros necessários, descendentes ou ascendentes, embora reconhecendo verdadeiros e naturais os seus dois filhos havidos com Maria Francisca Nunes, brasileira, solteira já falecida, João Latorre com 52 anos de idade e Nicamoza Latorre com 42 anos, solteiros, uruguaios, residentes no município, deixa oito braças de sesmaria e a casa para Josefina Machado companheira com que reside, cuja área tem limites com a propriedade de Gaudêncio Furtado de Souza e a estrada real de Bagé ao Camaquã e nomeia como testados Gaudêncio Furtado de Souza e substituto Vergílio Alfredo de Almeida. Testemunhas: Plínio Azevedo (funcionário público), José Otávio de Lima (comerciante), Miguel Ravizo (comerciante), Anaurelino Francisco Ferreira (funcionário público) e Jônatas José de Carvalho (proprietário). Escrivão ao Sr. José Maria Lopes</i></b>”.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<a href="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/58973790.jpg" style="text-decoration: none;"><span style="background-color: black; color: white;"><img alt="58973790" class="aligncenter size-medium wp-image-50" height="225" src="http://geekfrog.p.ht/wp-content/uploads/2013/05/58973790-300x225.jpg" style="border: none; clear: both; display: block; height: auto; margin: 6px; max-width: 100%;" width="300" /></span></a></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Cássio Lopes, presidente do Núcleo de Pesquisas Históricas de Candiota, salienta que além de Adão Latorre, existiram outros uruguaios, que lutaram na Revolução de 1893, defendendo a causa Maragata, podendo destacando o General Aparicio Saraiva e sua força, que era composta por vários de seus compatriotas.</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Coordenadas geográficas do local da carnificina: <a href="http://www.panoramio.com/map/#lt=-31.238330&ln=-54.073575&z=4&k=2" style="text-decoration: none;" title="veja esta área"><abbr title="-31.23833">31° 14′ 17.99″ S</abbr> <abbr title="-54.073575">54° 4′ 24.87″ W</abbr></a></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;"> Esta história também foi brilhantemente narrada no poema O Combate do Rio Negro, do Antônio Augusto Ferreira. Segue o mesmo abaixo:</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;"><br /></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><b><span style="font-family: Book Antiqua;"> </span></b><span style="font-family: Arial;"><b>O COMBATE DE RIO NEGRO</b></span></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;"><b><i style="background-color: black;">Antonio Augusto Ferreira</i></b></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Rio Negro foi assim, mais que um combate,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">foi todo um dia devotado à fera,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e a gente viu as presas da pantera</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">cravarem-se mortais na carne humana</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">no lugar preferido: a jugular.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Rio Negro, como palco que era verde,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">ficou tomado de vermelho e preto,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e a gente viu a força com que o ódio</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">irrompe dessa audácia que há no homem</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">pra dar lugar à fúria do animal.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">O combate era entre tropas da fronteira,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">homens forjados no calor da guerra</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">que nesse dia fez tremer a terra</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">com sentenças de morte sem defesa.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Foi condena de tantos, que eram bravos,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e vendo-se perdidos, soltam armas,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">mas tombam degolados no holocausto</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">pra que o ódio se espoje no banquete</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e a fera possa devorar a presa.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Essa revolução vinha de longe,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">tava estampada n’alma e nos pescoços.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">A cor de lenço era o brasão dos moços</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">que os unia ao caudilho do lugar.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">93 já tinha feito estragos</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">nas heróicas cargas a cavalo;</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e as mortes a fuzil e a ferro branco</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">semeavam carniças pelo pago.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">O combate em Rio Negro foi terrível.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Joca Tavares, do quartel de João Francisco,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">com 3.000 homens, em manobras ágeis,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">cerca e envolve a força governista.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Já não dá mais pra resistir na guarda,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">a desvantagem em número e terreno</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">obriga os homens a depor as armas.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Ao todo são 300 prisioneiros</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">que estão agora maneados na mangueira.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">O comandante vencedor se afasta,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">mas e quem é que fica em seu lugar?</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Pois é aí que surge no cenário</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">a figura mortal de Adão Latorre,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">de faca em punho pra tratar dos presos.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">É que ele tinha contas a ajustar.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Manda trazer pra fora os prisioneiros,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">um por um, despojados e maneados,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">vêm sendo apresentados pra sentença.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">A razão é indiferente na degola</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e a decisão dispensa os argumentos.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">A execução começa sem rodeios:</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">amunta no cangote do vivente,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">a mão esquerda puxa-lhe os cabelos,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">enquanto a faca abre dois buracos</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">na carótida que esguicha o sangue quente.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">É degola brasileira a que pratica</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">nesse começo mais que criterioso</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">de matar prisioneiro a sangue frio.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Vem outro condenado - um salto, o talho;</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">a mão, as roupas se empapando em sangue</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">aumentam o furor do coronel.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Esse bodum de sangue, suor e fezes</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e o terrível odor que tem a morte</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">atrai a cachorrada do galpão</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">que vem lamber as poças no local.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Uma carroça embarca o degolado</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">depois que ele exercita os movimentos</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">subseqüentes ao golpe da degola:</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">primeiro vem o talho e a golfada.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">depois, pára de pé, ensaia uns passos,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">solta uns gritos e uns roncos de terror,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">estremece, cai e se contorce até a morte.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Latorre afia novamente a faca,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">parece conhecer o seu ofício,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">mas à medida que lhe espuma o ódio</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">muda de tática, mostra outra maneira</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">de passar um cristão no fio da faca..</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">É a “criolla”, a que exige menos,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">não requer cuidados nem perícia,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">o talho a trafegar de orelha a orelha,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">um golpe só, cortando artérias, goela,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">igual a quem, não sabendo, sangra ovelha.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">O prisioneiro Pedroso é altaneiro</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">mas tenta negociar com a facínora:</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">“- Quanto vale a vida, Adão,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">de um homem bueno e valente?”</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">“- Valente sim, vossimecê,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">mas bueno não, pelo que andou fazendo.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">A tua nada vale, tá no fio da minha faca”.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Pedroso sente o calor da antiga luta,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">levanta o queixo, entesa o corpo, afronta a faca:</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">“- Então degola, negro fiadaputa!”. (*)</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">O local tá virado em sangue e barro</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">numa pasta que já vai se grudando</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">nas botas dos soldados.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Os caranchos estão sentados</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">nos galhos dos umbus</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">à volta do massacre..</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">O carroceiro leva os corpos quentes</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">pr’uma lagoa,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">jogando-os n’água para que se afundem.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Essa lagoa passou a chamar-se “Música”</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">pois dizem que os gemidos dos coitados</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">ainda hoje assombram essas plagas.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Vem notícia pior da beira d’água:</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">uma vara de porcos esfomeada</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">pressentiu o fartum da carne fresca</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e está devorando alguns cadáveres</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">pois não deu tempo de os jogar no fundo</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">ficando alguns largados pela margem.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Ao todo são trezentos os da faca?</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Ainda hoje se discute o número</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">dos sangrados neste dia, no Rio Negro.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">E o que ficou desse macabro fato,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">que teve represália no Boi Preto,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">onde outro coronel, um outro bárbaro,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">deu o troco de moeda de igual peso?</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Ficou-nos esse quadro de tragédia</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">que não se apaga nunca, nem num século,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">e mancha tão profunda nossa alma</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">quanto denigre a história conterrânea.</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">Rio Negro foi assim, mais que um combate,</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium;">
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;">foi todo um dia devotado à fera!</span></div>
<div>
<span style="background-color: black; color: white; font-family: Arial; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Outra barbárie semelhante foi a do Boi Preto, executada por Firmino de Paula, mas, isto é assunto para outro post…</span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;"><br /></span></div>
<div style="font-family: tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 12px; margin-top: 12px;">
<span style="background-color: black; color: white;">Fontes: <a href="http://google.com/" style="text-decoration: none;" target="_blank" title="Google">Google</a>, <a href="http://cidadebage.blogspot.com.br/2011/07/vida-e-morte-de-adao-latorre.html" style="text-decoration: none;" target="_blank" title="cidadebage.blogspot.com.br">cidadebage.blogspot.com.br</a>, <a href="http://nphcandiota.blogspot.com.br/2011_11_01_archive.html" style="text-decoration: none;" target="_blank" title="nphcandiota">nphcandiota</a>, <a href="http://profpericles.blogspot.com.br/2012/12/chimangos-e-maragatos-os-mitos.html" style="text-decoration: none;" target="_blank">Blog Profº Péricles</a>, <a href="http://monteiroehistoria.blogspot.com.br/p/revolucao-federalista.html" style="text-decoration: none;" target="_blank">Monteiro e História</a>, <a href="http://www.chasquepampeano.com.br/" style="text-decoration: none;" target="_blank">Chasque Pampeano</a>, <a href="http://ufpel.edu.br/ich/ndh/downloads/historia_em_revista_10_cezar_guazzelli.pdf" style="text-decoration: none;" target="_blank">Universidade Federal de Pelotas</a>,</span></div>
Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-33620549215056935832013-05-08T15:14:00.000-07:002013-05-08T15:14:07.052-07:00Grito do Nativismo - O Festival e um pouco de sua história:<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1joYKEuOjc-Z03GTn5WqWDSWJfSiIbR7e5RH0WQh39XcJgbL03-8xDQidH-pa6hHyHyE_UGuItn61Ifu08Lp__Qb2sVvmHJUoBPtfUCxmFPQvm1RBci3YD173e739GE6Oo_qp7HxTTHA/s1600/untitled.jpg" imageanchor="1"><img border="0" height="259" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1joYKEuOjc-Z03GTn5WqWDSWJfSiIbR7e5RH0WQh39XcJgbL03-8xDQidH-pa6hHyHyE_UGuItn61Ifu08Lp__Qb2sVvmHJUoBPtfUCxmFPQvm1RBci3YD173e739GE6Oo_qp7HxTTHA/s640/untitled.jpg" width="640" /></a>
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A origem do Grito do Nativismo Gaucho de Jaguari insere-se no próprio contexto histórico do movimento dos festivais nativistas do RS.<br />
Atraídos pelo sucesso de outros eventos do gênero e tangidos pela forte mobilização cultural dos mesmos, alguns jaguarienses idealizaram um festival nativista, a exemplo de outros, para Jaguari.<br />
Por que Jaguari não ter o seu próprio Festival?<br />
<br />
Sempre atento as programações culturais, iniciando sua caminhada como compositor, Telmo Paulo Flores incentivador e apreciador do nativismo, começou a encontrar as respostas para essa pergunta que trazia consigo. Conforme ele, o ponto de partida foi reunir amigos influentes da sociedade jaguariense para discutirem a proposta de realizar um evento desta natureza. Daniel Lena Marchiori Silvio Bertoncheli, Felice Taschetto, Hermes Picoli, Nascir Alves de Siqueira e João Damasio Cattelan, entre outros, participaram das reuniões realizadas nas dependências da Radio Jaguari e, por acreditarem nesta idéia, fizeram fecundar esta semente.<br />
<br />
O festival estava idealizado e o esforço desse grupo precisava ser ouvido mais longe como um grito que ecoasse na imensidão. Assim, a palavra “Grito” emprestou sentido às idéias dos organizadores originando o nome do festival que foi denominado Grito do Nativismo Gaucho de Jaguari. Graças ao apoio de toda a comunidade o festival deslanchou e esta ai hoje, em sua 14° edição, como um dos maiores do Estado.<br />
<br />
Para por em pratica este projeto foi criada em 1986 a Associação Cultural e Tradicionalista de Jaguari, entidade responsável pela organização do evento. Neste sentido, o grupo contou com apoio e a experiência de personalidades do nativismo gaucho: Jaime Brum Carlos e Oristela Alves Schuck! Este intercâmbio foi fundamental para a realização de um bom festival, que logo se tornou grande, tanto em organização como em qualidade poético-musical.<br />
<br />
Alem dessa estrutura e do esforço da comunidade, a grandeza do Grito é garantida pelo ecletismo que Ihe é peculiar. O festival sempre soube abrir espaços, tanto para a música campeira como para a música mais projetada.<br />
<br />
No palco do Grito, convivem, democraticamente, todas as formas de manifestações da musica sul rio-grandense. O festival aceita trabalhos que se alinhem em qualquer das tendências que dominam o movimento nativista do RS levando em conta somente a qualidade dos mesmos. Sem romper com as nossas origens rurais, nos aproximamos da realidade de um estado urbanizado e contemporâneo, valorizando, ainda mais, a nossa cultura como um todo.<br />
Em sua primeira edição, o Grito foi presidido por Daniel Lena Marchiori e realizou-se em janeiro de 1987, no Salão Paroquial de Jaguari. Nela consagrou-se como uma espécie de hino para os Jaguarienses a canção vencedora “Caminhos de Jaguari”.<br />
<br />
Com a conclusão das obras do Ginásio Municipal de Esportes, hoje denominado “Daniel Lena Marchiori”, o evento, a partir da sua segunda edição, foi realizado no “Ginásio” ate a sua sétima edição. Com um local mais amplo para acolher o publico, o festival foi ganhando uma projeção em nível de Estado. Quem presidiu o Grito em seu segundo ano foi João Damasio Cattelan, contando com a coordenação geral de Telmo Paulo flores.<br />
<br />
O 3°, 4° e 5° Grito do Nativismo teve como presidente Edison Bedin, enquanto o 6.° e 7.° ultimo a ser realizado no Ginasião foram presididos por Antonio Carlos Boeira e Marilene Nadalon Bertoncheli, respectivamente. Ano a ano o festival foi melhor se estruturando e crescendo em todos os aspectos, despertando assim um grande interesse entre os compositores, músicos e imprensa de todo o Estado. A visita dos organizadores a outros eventos possibilitou uma importante troca de experiências que permitiu a consolidação do Grito como um grande festival. Esta maturidade comprovou-se no 3° Eco dos Festivais de Tramandai quando a vencedora da 5° edição, a composição “Terra e Gente” de Mauro Moraes, foram apontadas pelos jurados como a melhor musica dos festivais nativistas do RS, no ano de 1991.<br />
<br />
Presidido por Antônio Carlos Jordão, o 8.° Grito de Jaguari abriu um importante leque para as inovações. O festival passou a ser realizado no Clube de Caça e Pesca de Jaguari CAPEJAR, local aprazível para a época do evento. Deu-se continuidade a realização de espetáculos para “todos os gostos”, reafirmando uma perfeita integração entre musica e cultura. Os compositores locais ganharam um espaço para suas composições concorrerem juntamente com as demais classificadas. Uma enorme lona cobriu uma considerável área as margens do rio Jaguari, belo por sua natureza e atraente pela hospitalidade da gente jaguariense.<br />
<br />
O sucesso alcançado garantiu para janeiro de 1995 a realização da 9° edição, presidida por Gentil Campara que, buscando referencias nas edições anteriores, ousou ainda mais, projetando um festival com características mais abrangentes. Atendendo o desejo do público mais jovem, o festival realizou um espetáculo especial com o grupo Nenhum de Nos de rock.<br />
Em seu 10°, o Grito inova mais. Presidido novamente por Gentil Campara cria-se um espaço para a sua realização nas dependências do CAPEJAR, onde construiu-se uma pista aproximada de 500 metros quadrados que servira para a realização dos bailes no interior de uma área plana, que abrigara as duas lonas, aumentando a capacidade de público nas quatro noites em que se realizara o evento. A partir deste ano o Grito de Jaguari abriu espaços para a música instrumental.<br />
<br />
Na 11° edição, o festival foi presidido por Orestes Bolzan Bertoncheli que, juntamente com a comissão organizadora, buscam aperfeiçoar a estrutura do Festival atendendo as mais diversas necessidades. Um dos itens mais positivos foi a contratação de uma equipe de segurança para atender a demanda do festival. As composições classificadas nesta edição foram gravadas em CD, bem como o registro da musica “Caminhos de Jaguari”, só instrumental, com arranjos do maestro Daniel Morales.<br />
<br />
A 12° e 13° edição foi presidida por Eudo Callegaro Tambara, que preocupado com o crescente aumento de público e segurança em dias de chuvas, pretende realizar a construção de um galpão de eventos junto ao CAPEJAR. Foi eliminada, nesta edição, a participação de musica instrumental<br />
<br />
Na 14° edição, novamente presidida por Eudo Tambara, o pavilhão foi ampliado, alcançando 3.500 m2 de área construída. Dessa forma o acesso e a comodidade do público melhoraram e JAGUARI passou a ter um importante espaço para os diferentes eventos promovidos no município.<br />
<br />
Na 15° Edição, presidida por Joceli Antonio Salin, consolida-se parceria entre Associação Cultural e Tradicionalista de Jaguari e o Clube de Caça e Pesca de Jaguari, ocasionando assim a ampliação do espaço, tornando-se também a sede da Associação, alem de proporcionar um melhor atendimento aos participantes com alimentação em restaurante localizado no próprio Pavilhão de Eventos.<br />
<br />
Na 16° Edição novamente presidida por Joceli Salin, o Pavilhão de Eventos continua recebendo melhorias vlsando a melhor acomodação do publico e dos participantes. O Grito consolida-se no cenário dos festivais.<br />
<br />
O 17° Grito presidido por Eudo Tambara foi realizado em caráter excepcional. Devido ao episódio que ficou conhecida como o “caso do bugio”, que em função de um bugio encontrado morto nas margens do Rio, Jaguari foi considerada área de risco de contagio da febre amarela. Como a preleção já havia sido feita, o CD foi gravado e o Festival foi transferido para o mês de agosto de 2003 e realizado junto a FEICOAGRO. As músicas foram apresentadas e os jurados definiram a premiação.<br />
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<u><b>Confira algumas canções do festival:</b></u><br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/5PrKF0vZwsI" width="420"></iframe>
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/41Y5j4aGIOE" width="420"></iframe>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/zjd4-l7zk5E" width="420"></iframe>
</div>
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Fontes: <a href="http://jaguari.rs.gov.br/?page_id=372" target="_blank">Prefeitura Municipal de Jaguari</a> / <a href="https://www.youtube.com/" target="_blank">Youtube</a><br />
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<br />
<br />Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-28252601029436095582011-03-24T07:25:00.000-07:002011-03-24T09:20:39.213-07:00Violão AssombradoNa alma do meu violão<br />Assombram três fantasmas:<br />– Um se chama Acalanto<br />E o outro Viração...<br /><br />Quando Acalanto assombra<br />– a alma do meu violão –<br />Tudo se torna milonga,<br />Quimeras, poesia e canção.<br />O tempo para pra ver<br />O bailar da prima e o bordão,<br />Quando Acalanto assombra<br />– a alma do meu violão –.<br /><br />Na alma do meu violão<br />Assombram três fantasmas:<br />– Um se chama Acalanto<br />E o outro Viração...<br /><br />Quando Viração assombra<br />– a alma do meu violão –<br />As cordas se perdem em rancheiras,<br />Xotes, polcas e vaneirão...<br />Mas, depois, tudo vira poeira<br />E a milonga se faz amante da solidão,<br />Quando Viração assombra<br />– a alma do meu violão –<br /><br />Na alma do meu violão<br />Assombram três fantasmas:<br />– Um se chama Acalanto<br />E o outro Viração...<br /><br />Quando o terceiro fantasma assombra<br />– a alma do meu violão –<br />O silêncio se para mais quieto<br />Para ouvir a sua canção.<br />A milonga – sempre presente,<br />Faz contraponto com a dor,<br />Quando o terceiro fantasma...<br />Que tem por nome – Cantor!<br /><br />Na alma do meu violão<br />Assombram três fantasmas,<br />Que penam arrastando seis cordas<br />De uma mesma prisão.<br /><br /><br />Caco de Paula.<br />23/03/2011Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-2950303853488313622011-02-26T05:54:00.001-08:002011-02-26T05:55:00.378-08:00A Morte de Don Eusébio!Se foi o velho Eusébio, pra junto dos ancestrais.<br />Deixou a velha estância, que um dia herdou dos seus pais.<br />E o patrãozinho, que vive lá na cidade, e nunca ligou pra o que é campeiro,<br />Mandou lotear a estância, pra vender casas, pra o povoeiro.<br />Me mandaram encilhar o gatedo. Me deram mais alguns pilas...<br />Um cusco baio-coleira, uns trates – velhos – de encilha.<br />Um sol nascente, um cheiro de maçanilha,<br />E o silêncio de quem parte sem ter gado ou tropilha.<br /><br />Pra quem olha é só capim...<br />Léguas de campo que parecem não ter fim.<br />Uma casa velha costeada à sombra de um umbu,<br />E umas tapearas por detrás dos guabijus.<br />Restingais de vassoura e araçá,<br />Lendas dormidas sobre o Negrinho e Boi-tá-tá...<br />Coisas antigas, que hoje nem se lembra mais,<br />Causos de bravatas que o tempo deixou pra traz... <br /><br />Não sabe o patrãozinho, o porquê se fez doutor.<br />Porque o velho Eusébio, calava em silêncio sua dor.<br />Que cada pedra daquele rancho conta um pouco da sua história,<br />Dos anos de suor e de luta, que rendiam algumas horas de glória.<br />Dom Eusébio perdeu a força do braço, na dura lida do campo,<br />Para garantir que seu guri, na universidade tivesse um banco.<br />E o velho, que jamais aprendera a ler, com trabalho suor e dor,<br />Conseguiu realizar seus sonhos e formou seu filho doutor.<br /><br />Se foi o velho Eusébio, pra junto dos ancestrais.<br />E o patrãozinho, que não gosta do campo, vendeu o rancho do seu pai.<br />Vendeu junto todas as lembranças, de quem tinha seu mundo aqui,<br />Peões de olhos tristes, em seus matungos e gateados, sem ter pra onde ir.<br />Olho a maçanilha do campo, logo tudo será calçada...<br />Não mais os quero-queros anunciarão os que vem pela estrada.<br />Se foi o velho Eusébio, pra junto dos ancestrais...<br />E os que ficaram também se vão, pra não voltar mais...<br /><br /><br /><br /><br />Caco de Paula.<br />26/02/2011Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-64733173473776882072011-02-18T14:16:00.000-08:002011-02-18T14:19:13.765-08:00Aos Visitantes!Buenas amigos!<br /><br />A todos que visitam o blog, não se acanhem em comentar as poesias ou me mandar um chasque: cacodepaula01@gmail.com.<br /><br />Baita abraço a todos e gracias pela visita!Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-51788875991801736922011-01-24T13:21:00.000-08:002011-01-24T13:27:36.278-08:00Novidades!!!<b>Agora integrando o site <i>Artistas Gaúchos</i></b><br /><br />http://www.artistasgauchos.com.br/portal/?sct=13&nct=Compositores<br /><br /><a href="http://www.artistasgauchos.com.br/portal/?sct=13&nct=Compositores">Visualizar Página</a><br /><br /><br />.Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-51021113828743669512011-01-15T04:43:00.000-08:002011-01-15T04:44:40.773-08:00Milonga PotraMilonga potra que floreio entre os enredos<br />Conta segredos junto às cordas do violão,<br />Desata acordes pela dança dos meus dedos<br />No contraponto do bater do coração.<br />Se amansa quando um verso chega pelas beiras,<br />Pano de eira secando notas grão a grão,<br />Milonga potra, ajeita “uns troços” pro negócio,<br />Na olada buena junto à sombra do galpão.<br /><br />Vai milonguita, não te achica ‘presses’ maulas,<br />Metendo a cara entre a prima e o bordão!<br />Enquanto a faca se afia pela chaira,<br />Tu te afina junto as cordas do violão.<br /><br />Faz cara feia e não te enleia feito bicho, <br />É meu cambicho te domar montando em pelo.<br />Frente ao potreiro, dando corda pra o serviço,<br />Milonga potra, de destino traiçoneiro,<br />Foi algum taura que veio lá da fronteira,<br />Que te trouxe na algibeira pra acalmar um velho vício,<br />Milonga potra, se espichando toda prosa,<br />Fazendo grosa e de-lhê corda pra o municio.<br /><br /><br /><br />Caco de Paula.<br />06/11/10Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-59812175227628723822010-11-09T10:05:00.000-08:002013-05-08T15:14:53.049-07:00Milonga de Faca e LaçoVai o laço se espichando, <br />
Buscando o corpo do touro,<br />
Sentindo fome do couro<br />
Vai lambendo o pastiçal.<br />
E se cumpre o ritual,<br />
Parando a rês num boleio,<br />
De um lado o braço campeiro<br />
Do outro o tombo brutal.<br />
<br />
Vem a faca castradeira,<br />
Que não se achica pro serviço...<br />
E conhece o compromisso<br />
Que o laço acabou de marcar.<br />
Vai cumprir o seu ofício,<br />
Nesta rude medicina,<br />
Limpando a faca na crina<br />
Na ciência de castrar.<br />
<br />
Num alvoroço da cuscada<br />
Saem os potros da mangueira,<br />
Uma tropa muy lindeira<br />
Bem preparada pra armada.<br />
Bate bumbos a tourada,<br />
Com pataços pelo chão,<br />
E a chacarera no coração<br />
De quem campeia a olada.<br />
<br />
Depois de feito o serviço<br />
De touro que vira boi,<br />
O dia inteiro se foi<br />
A faca, corda e munício.<br />
Um truco orelhado pro vício<br />
Indica que é chegada a hora<br />
De descansar as esporas<br />
E lustrar balcão de bolicho.<br />
<br />
<br />
<br />
Caco de Paula.<br />
24/10/2010Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-59714923509540201082010-10-16T04:41:00.000-07:002010-10-16T05:21:06.671-07:00Seiva BugraVagam pelas estradas com passos sem rumo<br />Como errantes pela terra que é sua,<br />As mãos vazias, as barrigas roncando,<br />Mas a alma transbordando de cultura.<br /><br />Balaios, cestos, animais entalhados,<br />Suvenires que enfeitam salas,<br />Das casas confortáveis de outros homens,<br />Que usurparam suas terras por migalhas.<br /><br />Peles queimadas pelo sol da estrada,<br />Herdeiros puros da raça de Sepé,<br />Pousam pra retratos tirados nos Sete Povos,<br />Mural da história, que teima em estar de pé.<br /><br />Resto de povo, berço da história,<br />Luta e glória que não cabe nos livros.<br />Resto de gente, povo sofrido,<br />Que entre seus descendentes, já foi há muito esquecido.<br /><br />E hoje, vejo meus ancestrais pelas esquinas,<br />Vender balaios com crianças maltrapilhas,<br />Enquanto bandeirantes e “heróis” da nossa <span style="font-style:italic;">estória</span>,<br />Nomeiam ruas, praças e avenidas.<br /><br />Ergueram missões e catedrais nos Sete Povos<br />Estes braços fortes de homens tão sofridos<br />E hoje imploram alguns pilas nos balaios,<br />E quem foi rei, hoje se para de mendigo.<br /><br />Mas a seiva bugra, destes reis campeiros,<br />Sabe que um guerreiro nunca nega sua origem.<br />E as cicatrizes em seu corpo inteiro,<br />São tronco e raízes de quem aqui chegou primeiro!<br /><br /><br /><br /><br />Caco de Paula.<br />01/10/2010 -15/10/2010Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-64205266088825516712010-10-16T04:29:00.000-07:002010-10-16T04:41:04.595-07:00A Valsa das BorboletasQuando o som do silêncio<br />Dedilha suas notas de prata,<br />Seguem num doce valseio<br />As borboletas-monarcas.<br /><br />Sons de um canto mudo,<br />Mais que um simples bailado,<br />No palco do campo ou jardim,<br />Dança um corpo alado...<br /><br />O corpo tênue, as asas abertas,<br />A valsa certa pra vento ou brisa...<br />Na dança etérea de quem flutua,<br />Bruxos passos da bailarina...<br /><br />O sol desenha longas sombras sobre as flores,<br />E o silêncio fala ,de amores, que não se pode descrever.<br />Quem olha tenta entender, o valsear da bailarina,<br />E os olhos guardam nas retinas um resto de bem querer.<br /><br />O valseado segue eternamente,<br />Mas quem ama consegue entender!<br />A valsa das borboletas, nas mudas notas,<br />Pelos ares a se estender.<br /><br /><br /><br /><br /><br />Caco de Paula.<br />15/10/2010Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-14546234100541382692010-09-25T08:15:00.000-07:002010-10-11T08:59:06.570-07:00Mulher FarroupilhaAs mãos que seguram a vassoura<br />Na xucra lida diária<br />Te fazem eterna guerreira<br />De nobre sina libertária.<br /> <br />Os cabrestos que te maneiam<br />De rancho, filho e marido,<br />Não ofuscam teus afãs<br />Dos sonhos não paridos.<br /> <br />Por isso és guerreira<br />Desta guerra que não finda<br />De casa, cama e fogão,<br />De sanga, planta e capina.<br /> <br />Que Deus te abençoe sempre,<br />- Nobre mulher farroupilha -<br />Pois teu semblante exala<br />A grandeza de tua alma caudília.<br /><br /><br /><br />Caco de Paula.<br />20/09/2010Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-25065787696541744162010-07-31T09:51:00.000-07:002010-10-15T06:37:42.340-07:00Meu RincãoA noite chaga tranqüila pra bombear o meu rincão,<br />E o canto de um grilo pagão abençoa as estrelas.<br />Adormece a mangueira, depois de muita lida<br />E uma açucena dormida bebe gotas de sereno.<br />Os baios se fazem vultos, por entre o breu soturno<br />Ouvindo o lamento noturno do cantar de um urutau.<br />A gadaria num missal, onde antes se carneou,<br />Ruminam uma oração pra o capão que não voltou.<br /><br />O meu rincão tem segredos<br />Que não conto nem pra mim,<br />O sussurro do capim conversando com a terra;<br />Fantasmas pelas taperas, mateando sua saudade<br />Pois nem a morte faz aparte pra quem é desta terra.<br /><br />O açude bebe a lua, pra o encanto da traíra,<br />E valsea a bailarina que renasceu num aguapé.<br />No poleiro o garnisé conta as horas pra alvorada<br />Pra acordar a madrugada com seu grito de Sepé.<br />Meu rincão é bem assim, léguas de chão e simplicidade<br />Pra quem parte é saudade, pra quem fica é mais que um lar!<br />E pra quem que pode voltar, bebe a água da cacimba<br />E sente que a vida é mais linda, se vivida neste lugar...<br /><br /><br /><br /><br /><br />Caco de Paula.<br />27/07/2010Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-84827484805300631572010-01-14T08:49:00.000-08:002010-01-14T08:50:25.661-08:00Na Tropa dos Anos.<span style="font-style:italic;">(Para o amigo Edegar Soares)</span><br /> <br /> <br />Mais um cavalo se achega para a tropilha da existência.<br />Este, começa hoje a ser amanunciado.<br />Desencilho o meu gateado, que me segui no último ano,<br />E encilho este tobiano que não tem o queixo quebrado!<br />Hoje, relembro do petiço, que montei quando guri,<br />Que como o tal de Mitay era pequeno de estrutura,<br />Mas faltavam lonjuras pras patas desse cavalo.<br />Depois, montei um baio-oveiro,<br />Sestroso e passarinheiro, desconfiado e redomão.<br />Pra adolescência de um peão, só mesmo um queixo duro,<br />Que lhe prepare pro futuro e para as dobras da estrada.<br />Quando encilhei meu rosilho, a estrada já era parceira.<br />Quantas vezes plantei a figueira, só pra aprender a levantar.<br />Mas no oficio de domar, aquilo que mais me encanta,<br />É ver a pateada mansa daquilo que já foi tão xucro.<br />Enfrenei outros potros, é bem verdade...<br />Uns ficaram mansos feito uma tarde, outros, me deixaram curto dos pilas,<br />Mas, todos botei na tropilha, e jamais desisti de nenhum!<br />Fosse um matungo comum, ou fosse um crioulo bueno,<br />Cada um dos cavalos que enfreno, sempre me ensinam algo a mais.<br />Agora, tiro as garras do gateado pra sentá-las neste tobiano.<br />Será para a doma deste ano e será enfrenado bem na minguante!<br />Há de ser doce de boca, pra viajar a escoteiro,<br />Cavalo piqueteiro que ha de estar sempre a mão.<br />Pras horas de precisão, cavalo solto das patas,<br />E quando as horas forem ingratas, mais que um cavalo, um amigo.<br />Me paro a pensar no próximo pingo:<br />- Será ele um tordilho?<br />Ainda me falta amanunciar tanto pelo...<br />Mas para quem traz nos peçuelos uma colméia de versos,<br />Tanto faz o pelo inserto que virá na próxima doma.<br />Se terá alma redomona, ou mansa feito água de rio,<br />Só hei de conhecer o desafio nos pastos do ano que vem,<br />Mas, de uma coisa sei bem, sou desses que não se achica,<br />E quem quiser ter uma tropilha bonita, cuide agora do pingo que tem.<br /> <br /> <br />Caco de Paula.<br />11/01/2010.Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-45069635020277156522010-01-01T06:25:00.001-08:002010-01-01T06:26:00.930-08:00Vó Campeira<br><br />O corpo curvado, antes ereto.<br />A pele flácida que foi tão macia.<br />Os olhos fracos vagando dispersos<br />Como a rever, como foram seus dias.<br />As mãos tremulas, mal seguram a vassoura,<br />A mente confunde o presente e o passado.<br />Na companhia de linha e tesoura<br />Ocupa a vida entre crochê e bordado.<br />O tempo é mais do que soma das horas,<br />É um remédio e também um veneno...<br />Amortece as dores a cada aurora<br />E também nos mostra o quanto somos pequenos.<br />Se por um lado perdoa – aproxima –,<br />Por outro, leva pra sempre os seus.<br />E no espelho a avó se pergunta:<br />– La pucha! Quando sou eu...?<br />Foram-se os anéis e ficaram-se os dedos nodosos,<br />Em mãos enrugadas por planta e capina.<br />E o inverno do tempo marcou os cabelos<br />Bem como a geada prateia a campina.<br />Matando o tempo nas horas do mate,<br />Sentindo aos poucos que o tempo lhe mata.<br />Senta-se a avó na varanda do tempo<br />Sorvendo lembranças na bomba de prata.<br /><br />Caco de Paula<br />06/12/2009Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-25605958582546681762009-12-15T17:35:00.000-08:002009-12-15T17:58:10.025-08:00Casas de Estância.<p><br />Havia varandas largas e frescas, naqueles velhos sobrados de madeira<br />E cadeiras de balanço, espiavam por entre as frestas da mureta de pau.<br />E a mesa era posta lá fora nos dias de festa,<br />E, nos dias de lida, somente o mate e o dedo de prosa...<br />Em suas velhas cozinhas, com portas de duas bandas<br />O fogão de lenha saboreava a alvorada dos cernes de angico.<br />Um armário, preto, de madeira,<br />Guardava a louça que era passada de gerações.<br />E o balde, suado, sobre a pia,<br />Descansava a água tirada do poço.<br />No fogão, as panelas coziam<br />E a água da caldeira aguardava paciente o banho das crianças.<br />Eram grandes as mesas, pois eram muitos os filhos.<br />E a cada ano, um novo filho surgia quando vinha a parteira.<br />Num canto, uma pipa de carvalho temperava o trago pra antes da ceia,<br />Enquanto os trilhos de crochê se espichavam, preguiçosos, sobre a mobília.<br />Havia sótãos onde as crianças não entravam<br />E porões, onde secavam as espigas.<br />As salas, guardavam retratos ovais<br />Onde o desenho dos noivos, emoldurava o matrimônio.<br />Nas salas arejadas, homens jogavam baralho<br />E mulheres faziam bordados.<br />E mulheres e homens secavam suas vidas no cabo da enxada<br />E faziam filhos, para secarem em novas roças...<br />Num novo campo... Num outro dia... No mesmo sonho...<br />- Mas a vida era simples; E se morria de velho.<br />Levavam-se toras nos carros de boi<br />E nas charretes, queijo e salame às vilas.<br />A estrada era Geral.<br />Era de onde vinham as cartas, os mascates com seus badulaques, as más noticias...<br />E era por onde partiam os retirantes na espera de uma vida melhor.<br />E as casas, velhas, de madeira,<br />Criaram lendas de fantasmas em seus sótãos e porões...<br />Aranhas tecem suas teias, onde antes teceu-se bordados<br />E as lembranças morrem, discretamente, com aqueles que as contem.<br />As velhas casas viram lenha;<br />Os seus domingos: - Saudade!<br />Suas lembranças, versos:<br />Para a caneta dos poetas;<br />Para as vozes dos cantores;<br />Para a imaginação dos moços;<br />Para a saudade dos avós.<br />O cheiro da maçanilha e marcela e canto dos pássaros,<br />Para quem ainda guarda na alma<br />Lembranças, dessas velhas casas de estância...<br /><br /><br /><br /><br /> Caco de Paula.<br /> 09/12/05Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-31296891878319449442009-12-02T06:41:00.000-08:002009-12-02T07:01:52.163-08:00Milonga para Pedro GuerraA madrugada estende um lenço<br />Maragato, como seus ancestrais,<br />E o menino Pedro Guerra<br />Como um centauro se vai.<br />O campo é seu universo, seu irmão o Uruguai<br />E nas coplas de um assobio, deixa a noite pra traz.<br />Cevando amargos da vida,<br />Adoçando com jujos a lida,<br />Sorvendo o cheiro da relva<br />N’alguma querência esquecida.<br /><br />A tarde desaba em prantos<br />Fazendo de várzea os campos,<br />E o moço Pedro Guerra<br />Solito, se vai ao tranco.<br />O chapéu de aba tapeada, o poncho molhado demais.<br />O lenço vermelho atado, em memória aos seus ancestrais.<br />O mate cevado na alma,<br />Lavado de tempo e calma.<br />Na tarde que morre em pranto,<br />Vai o Pedro, sovado de campo.<br /><br />A noite chega sem dar alarde,<br />Dando vida ao braseiro que arde.<br />E o velho Pedro Guerra<br />Bebe a morte de outra tarde.<br />Pedro Guerra peleou com a vida, na lida, alegria e dor...<br />Hoje é mais um boi que o destino reponta para o corredor.<br />Vai o velho Pedro Guerra<br />E de lá, não volta mais.<br />Mas se vai de lenço atado,<br />Pronde estão seus ancestrais.<br /><br />Caco de Paula<br />18/01/2004Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-91972265699256263252009-12-02T06:39:00.000-08:002010-01-24T14:45:10.771-08:00EspelhoJá não se usa a velha canga<br />Puxando o tempo no lombo dos bois.<br />Os pirilampos perderam a magia...<br />Os dias passaram? Os tempos Mudaram?<br />Ou será que foram os dois...?<br />Não se pesca mais lambaris de sanga<br />Com anzol de alfinete e caniço de sarandi,<br />Os dias não param, os anseios mudaram...<br />E as coisas cambearam até mesmo aqui.<br />Onde andará o botoque certeiro<br />Pras caçadas de rola ou de juriti?<br />Pelas pastagens os quero-queros calaram<br />E pelos aramados, não se vê mais pousados os bem-te-vis.<br />Silenciou-se nas estradas o grito tropeiro<br />E o som do sincerro que um dia ouvi,<br />Nas manchas de óleo os peixes turvam<br />Prum negro de noite qual surubim.<br />E o novo caudilho se lança pro espaço<br />Buscando respostas em outro lugar.<br />Quem sabe encontre em outro planeta,<br />Ou na luz de um cometa por onde passar...<br />E quando achar, terá uma nova chance<br />De um recomeço bem longe daqui,<br />Matar novos mundos com sua ganância,<br />Extinguir outro planeta como fez por aqui.<br /><br /><br />Caco de Paula<br />01/2004Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-67404420247260636952009-11-30T05:51:00.000-08:002009-11-30T05:55:39.149-08:00O Verso Mateia ComigoUm verso se veio do campo,<br />Desencilhou pra matear comigo.<br />Botou um cerne de angico no fogo<br />E trouxe as prosas de um velho amigo...<br />Contou-me histórias de vento e lua,<br />Tomou uma pura pra aquietar as ‘mágoa’,<br />Contou cueradas de canchas e domas<br />E de terra e pasto dessas invernadas.<br />Jujou maçanilhas no mate lavado,<br />Encilhou amargos de ilusão,<br />Compôs payadas, milongueou uns troços,<br />Quebrou os ossos d’alguma canção.<br />Aninhou a rima, chocou uns versos<br />Que um dia, solito, assobiei pra mim,<br />Olhou-me nos olhos, lavrou-me a calma,<br />Jujou-me a alma de sanga e capim...<br />Depois, agradeceu o mate,<br />Se foi pro embate de um novo dia.<br />Deixou mornas as brasas do angico,<br />Deixou-me rico de tempo e poesia.<br /><br />Caco de Paula<br />01/10/2003Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-8961298345908009832009-11-28T16:45:00.000-08:002009-11-28T16:46:10.875-08:00Pra um fim de tarde.Já faz parte do meu gosto, encilhar o baio no fim de tarde.<br />Antes do mate, a camperiada, pra horas que o dia se encarde.<br />Enquanto o sol vai alongando a sombra do macegal,<br />Sou eu, o baio e o cusco, nas voltas do manantial.<br /><br />Meu baio é mais que um parceiro... Um companheiro pra toda lida!<br />Mesmo que eu durma nas encilhas do tempo, ele conhece os caminhos da vida.<br />Com afagos, domei este potro – bem mais que a rédea e buçal,<br />Forjado no baio, tal qual um centauro, retrata a estampa de um general.<br /><br />O cusco coleira, vai sempre ao meu lado. É feito uma sombra abaixo do estribo.<br />Se um tompaço da vida me leva do pago, este cusco parceiro vai junto comigo.<br />Quando o sol, que é tão velho quanto a pampa, vem pra acordar o mundo,<br />Feito uma sombra campeira, se vai comigo o cusco coleira, direito a invernada do fundo.<br /><br />Meu mate, sagrada herança charrua, me espera depois da lida...<br />Têm gosto de boas-vindas os braços da minha xirua.<br />Que esperou, ansiosa, voltar este peão,<br />Pra camboniar noutro mate jujos de sonho e ilusão.<br /><br />Me sobram motivos pra cantar esta vida, pois a lida me ensina o que busco saber...<br />E esta simplicidade, é toda a fortuna que preciso pra viver.<br />Um baio parceiro, um cusco bem companheiro pras lidas do dia a dia,<br />Uma mulher carinhosa, um mate pro’s dedos de prosa... Que mais, posso querer?<br /><br /><br />Caco de Paula.<br />12/12/2008Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-88683486921852247642009-11-28T03:39:00.000-08:002010-01-24T14:52:10.666-08:00Louco Amar.<span style="font-style:italic;">(Para minha espôsa Monica)</span><br /><br /><br />Eu quero te olhar nos olhos,<br />Amar-te sem medo que eu vá sofrer.<br />Eu quero te fazer carinho e devagarzinho te enlouquecer.<br />Eu quero me rir à toa de tanta coisa boa que eu vá viver<br />Que ate mesmo pros meus sonhos loucos<br />Uma noite seja pouco até o amanhecer.<br /><br />Eu quero te pegar no colo e cantar sonetos para te embalar.<br />Eu quero beber um verso e numa poesia me embriagar.<br />Eu quero esperar a lua andando pela rua sem hora pra chegar<br />E gritar para as estrelas que elas tem o mesmo brilho que o teu olhar.<br />Eu quero chorar cantando e cantar chorando minha inspiração<br />E poder dizer em versos que essa euforia se chama paixão.<br /><br />Arrancar-te um sorriso que clareie a noite do meu coração,<br />E no teu olhar me devanear, ate por completo, perder a razão.<br />Forjar teu nome em meu peito como forja a abelha o mel da flor<br />E gritar aos quatro ventos que isso só acontece quando é amor.<br />Fazer de minha sinfonia, você, a nota principal...<br />E te tornar parte da minha vida, dês deste momento (cada momento) ate o final.<br /><br /><br /><br />Caco de Paula.<br />06/2003Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-72748155115572880622009-11-26T09:46:00.000-08:002009-11-26T10:41:29.120-08:00Velha Negra do Pago<p class="MsoNormal"><br /></p><p class="MsoNormal">Velha negra, crioula do meu pago,</p> <p class="MsoNormal">Quantas vezes ao teu lado, vi a noite passar,</p> <p class="MsoNormal">E o dia, ao chegar, me pegou de mate lavado.</p> <p class="MsoNormal">Velha negra, quantas vezes, te contei minhas penas,</p> <p class="MsoNormal">E tu, sempre serena, chiava baixinho um canto amigo,</p> <p class="MsoNormal">E ali, ficava comigo, junto ao pai-de-fogo,</p> <p class="MsoNormal">A sentir todo o retovo que te aquecia por dentro</p> <p class="MsoNormal">Enquanto eu sorvia, lento, os jujos de tua alma.</p> <p class="MsoNormal">Sempre me doeu, negra velha, te ver nos outros ranchos,</p> <p class="MsoNormal">Esquecida pelos cantos, cheirando a picumã,</p> <p class="MsoNormal">Mas este teu afã, de ser mais que serviçal,</p> <p class="MsoNormal">Te fez um símbolo bagual dos ranchos e das tropedas.</p> <p class="MsoNormal">Por isso, no meu rancho, és amiga e não escrava.</p> <p class="MsoNormal">A modernidade fez chegada e me trouxe a chaleira,</p> <p class="MsoNormal">Mas tu, cambona campeira, jamais deixarei de lado.</p> <p class="MsoNormal">Gosto de te ter no constado, a bombear madrugadas comigo,</p> <p class="MsoNormal">Enquanto teu chiado amigo vai me contando segredos,</p> <p class="MsoNormal">Eu te conto dos enredos nas horas do mate amargo.</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center">Caco de Paula</p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center">26/11/2009</p>Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-38250439791600421342009-11-19T18:52:00.000-08:002009-11-26T09:53:34.567-08:00Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-39613639219606148622009-11-19T13:29:00.001-08:002009-11-19T13:29:43.574-08:00Tributo a Knelmo Alves<p class="MsoNormal">Nos discos da estante, seus versos descansam<br />Carregados de ânsias que os fazem cantar.<br />E na voz de quem canta, o mesmo sentido,<br />O mesmo gemido, o mesmo sonhar...<br /><br />São coisas simples descritas nos versos,<br />Mas, que trazem pra perto o que mora longe.<br />Retratam em palavras sonhos dispersos<br />Que guardam nas retinas o mesmo horizonte.<br /><br />São gente simples como os versos que falo,<br />Que se encontram na mesma canção.<br />E ao ouvirem as palavras, se calam.<br />Pois elas falam ao seu coração.<br /><br />Destinos diferentes traçaram pra si,<br />Cada qual com seu sonho... Sua dor!<br />Porem, a mesma realidade os esperava<br />Na última dobra do corredor.<br /><br />Hoje envoltos nos versos que escutam,<br />Encontram um pouco do que já se foi,<br />Na lembrança de um gosto da infância,<br />Uma canga, um relincho, um berro de boi...<br /><br />Descansa em paz, velho poeta,<br />- dos versos simples, que sabem falar -<br />Que tuas verdades hão de ser imortais<br />Nos discos da estante, que não querem calar.<br /><br /><br /><br /></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center"><br />16/06/2006<br />Caco de Paula.</p>Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-74105132476781934572009-11-19T13:19:00.000-08:002009-11-19T13:28:12.511-08:00Penas<p class="MsoNormal">A pena do tempo, que voa ao vento</p> <p class="MsoNormal">Lembra-me a pena daquele sabiá,</p> <p class="MsoNormal">Que a beira da sanga, ainda criança,</p> <p class="MsoNormal">Eu juntei um dia afim de brincar.</p> <p class="MsoNormal">Juntei muitas penas, dos galos da estância</p> <p class="MsoNormal">Que junto à palha viravam petacas</p> <p class="MsoNormal">Pra um sonho guri...</p> <p class="MsoNormal">E o que aprendi, sobre penas e homens,</p> <p class="MsoNormal">É que o que mais nos consome é como pássaro fugaz,</p> <p class="MsoNormal">E pela tarde se vai, buscando um novo horizonte,</p> <p class="MsoNormal">Levando o tempo defronte e deixando recuerdos pra traz.</p> <p class="MsoNormal">E aquele guri, que a beira da sanga, colhia pitangas e penas multicor...</p> <p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun:yes"> </span>Cresceu, se fez homem... Contando suas penas e dores de amor.</p> <p class="MsoNormal">Hoje o tempo, qual pássaro que migra,</p> <p class="MsoNormal">Debanda pra longe do meu sonho piá,</p> <p class="MsoNormal">Deixando pra traz, na arapuca quebrada</p> <p class="MsoNormal">Um chumaço de penas, pra peteca da vida...</p> <p class="MsoNormal">Não sou, nem, partida que o tempo é chegada,</p> <p class="MsoNormal">Não sou mais estrada, que o destino é caminho...</p> <p class="MsoNormal">Mas, sou ainda aquele menino, a colher penas por achá-las bonitas.</p> <p class="MsoNormal">E quem diria que tempo teatino,</p> <p class="MsoNormal">Poria tantas penas pelo meu caminho,</p> <p class="MsoNormal">Que eu nem mesmo poderia contar...</p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center">Caco de Paula</p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center">10/11/2009</p>Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3083764191629910234.post-46687787837045582332009-11-19T13:10:00.000-08:002009-11-19T13:11:56.119-08:00Tributo a Luiz Menezes.<p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center"> </p> <p class="MsoNormal">E vi no amanhã</p> <p class="MsoNormal">A esperança de ver em meu filho</p> <p class="MsoNormal">O que hoje sou,</p> <p class="MsoNormal">Porém, melhor do que jamais serei.</p> <p class="MsoNormal">E dizer nas palavras, sábias,</p> <p class="MsoNormal">Que ele terá um mundo novo e melhor...</p> <p class="MsoNormal">E vi na aurora o brilho do hoje que se faz amanhã,</p> <p class="MsoNormal">E vi no luar, o lumir dos meus antepassados.</p> <p class="MsoNormal">E vi, pois olhei, e não me calei:</p> <p class="MsoNormal">Gritei o mais alto que pude e o mais forte que sei!</p> <p class="MsoNormal">... E vi, pois busquei em olhar encontrar novos horizontes.</p> <p class="MsoNormal">E vendo, embriaguei os meus olhos de poesia e de campo</p> <p class="MsoNormal">E deixei-me ninar pelos braços fecundos da terra,</p> <p class="MsoNormal">E floresci primaveras nos meus sonhos de outono.</p> <p class="MsoNormal">E vestido de um vento morno, que me despiu n’alguma infância perdida,</p> <p class="MsoNormal">Ouvi minha voz – já há muito esquecida – a cantar poesias num lamento milongueiro...</p> <p class="MsoNormal">E me despi do acalanto, e me vesti de poeira e campo,</p> <p class="MsoNormal">Para ver com meus olhos de lua, a pampa que herdei.</p> <p class="MsoNormal">E vi no amanhã</p> <p class="MsoNormal">A esperança de ver em meu filho</p> <p class="MsoNormal">O que hoje sou,</p> <p class="MsoNormal">Porém, melhor do que jamais serei...</p> <p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center">Caco de Paula</p> <p class="MsoNormal" align="center" style="text-align:center">28/09/2002</p>Caco de Paula (cacodepaula01@gmail.com)http://www.blogger.com/profile/13215301883300959421noreply@blogger.com0