A noite chaga tranqüila pra bombear o meu rincão,
E o canto de um grilo pagão abençoa as estrelas.
Adormece a mangueira, depois de muita lida
E uma açucena dormida bebe gotas de sereno.
Os baios se fazem vultos, por entre o breu soturno
Ouvindo o lamento noturno do cantar de um urutau.
A gadaria num missal, onde antes se carneou,
Ruminam uma oração pra o capão que não voltou.
O meu rincão tem segredos
Que não conto nem pra mim,
O sussurro do capim conversando com a terra;
Fantasmas pelas taperas, mateando sua saudade
Pois nem a morte faz aparte pra quem é desta terra.
O açude bebe a lua, pra o encanto da traíra,
E valsea a bailarina que renasceu num aguapé.
No poleiro o garnisé conta as horas pra alvorada
Pra acordar a madrugada com seu grito de Sepé.
Meu rincão é bem assim, léguas de chão e simplicidade
Pra quem parte é saudade, pra quem fica é mais que um lar!
E pra quem que pode voltar, bebe a água da cacimba
E sente que a vida é mais linda, se vivida neste lugar...
Caco de Paula.
27/07/2010
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Teu Rincão é flor de lindo
ResponderExcluircom gadaria em missal
pela vertente real
do chão em simplicidade
da alvorada em verdade
que verte neste lugar
é, o poeta e versejar
como esta bela cria
mapa rico de poesia
que faz a mente viajar!
Meus cumprimentos por tua BAITA sensíbilidade nesta OBRA de puro e rico luxo.É um verdadeiro PATAÇO de nostagia e vida nesse teu RINCÃO. Te abraço emocionado pela bela e rica obra que fazem a gente pensar. Parabéns!- poeta Caco de Paula / parabéns poesia de luxo / ao teu tímbre de Gaúcho / na poesia da fala. Sucessos para novas obras que se avizinham logo alí no teu manto sagrado da inspiração. LUZ SEMPREEE... Com meu BAITA ABRAÇO FLOR DE ESPECIAL. Edegar Soares