sábado, 15 de janeiro de 2011

Milonga Potra

Milonga potra que floreio entre os enredos
Conta segredos junto às cordas do violão,
Desata acordes pela dança dos meus dedos
No contraponto do bater do coração.
Se amansa quando um verso chega pelas beiras,
Pano de eira secando notas grão a grão,
Milonga potra, ajeita “uns troços” pro negócio,
Na olada buena junto à sombra do galpão.

Vai milonguita, não te achica ‘presses’ maulas,
Metendo a cara entre a prima e o bordão!
Enquanto a faca se afia pela chaira,
Tu te afina junto as cordas do violão.

Faz cara feia e não te enleia feito bicho,
É meu cambicho te domar montando em pelo.
Frente ao potreiro, dando corda pra o serviço,
Milonga potra, de destino traiçoneiro,
Foi algum taura que veio lá da fronteira,
Que te trouxe na algibeira pra acalmar um velho vício,
Milonga potra, se espichando toda prosa,
Fazendo grosa e de-lhê corda pra o municio.



Caco de Paula.
06/11/10

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