A pena do tempo, que voa ao vento
Lembra-me a pena daquele sabiá,
Que a beira da sanga, ainda criança,
Eu juntei um dia afim de brincar.
Juntei muitas penas, dos galos da estância
Que junto à palha viravam petacas
Pra um sonho guri...
E o que aprendi, sobre penas e homens,
É que o que mais nos consome é como pássaro fugaz,
E pela tarde se vai, buscando um novo horizonte,
Levando o tempo defronte e deixando recuerdos pra traz.
E aquele guri, que a beira da sanga, colhia pitangas e penas multicor...
Cresceu, se fez homem... Contando suas penas e dores de amor.
Hoje o tempo, qual pássaro que migra,
Debanda pra longe do meu sonho piá,
Deixando pra traz, na arapuca quebrada
Um chumaço de penas, pra peteca da vida...
Não sou, nem, partida que o tempo é chegada,
Não sou mais estrada, que o destino é caminho...
Mas, sou ainda aquele menino, a colher penas por achá-las bonitas.
E quem diria que tempo teatino,
Poria tantas penas pelo meu caminho,
Que eu nem mesmo poderia contar...
Caco de Paula
10/11/2009
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