quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Penas

A pena do tempo, que voa ao vento

Lembra-me a pena daquele sabiá,

Que a beira da sanga, ainda criança,

Eu juntei um dia afim de brincar.

Juntei muitas penas, dos galos da estância

Que junto à palha viravam petacas

Pra um sonho guri...

E o que aprendi, sobre penas e homens,

É que o que mais nos consome é como pássaro fugaz,

E pela tarde se vai, buscando um novo horizonte,

Levando o tempo defronte e deixando recuerdos pra traz.

E aquele guri, que a beira da sanga, colhia pitangas e penas multicor...

Cresceu, se fez homem... Contando suas penas e dores de amor.

Hoje o tempo, qual pássaro que migra,

Debanda pra longe do meu sonho piá,

Deixando pra traz, na arapuca quebrada

Um chumaço de penas, pra peteca da vida...

Não sou, nem, partida que o tempo é chegada,

Não sou mais estrada, que o destino é caminho...

Mas, sou ainda aquele menino, a colher penas por achá-las bonitas.

E quem diria que tempo teatino,

Poria tantas penas pelo meu caminho,

Que eu nem mesmo poderia contar...

Caco de Paula

10/11/2009

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