quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tributo a Luiz Menezes.

E vi no amanhã

A esperança de ver em meu filho

O que hoje sou,

Porém, melhor do que jamais serei.

E dizer nas palavras, sábias,

Que ele terá um mundo novo e melhor...

E vi na aurora o brilho do hoje que se faz amanhã,

E vi no luar, o lumir dos meus antepassados.

E vi, pois olhei, e não me calei:

Gritei o mais alto que pude e o mais forte que sei!

... E vi, pois busquei em olhar encontrar novos horizontes.

E vendo, embriaguei os meus olhos de poesia e de campo

E deixei-me ninar pelos braços fecundos da terra,

E floresci primaveras nos meus sonhos de outono.

E vestido de um vento morno, que me despiu n’alguma infância perdida,

Ouvi minha voz – já há muito esquecida – a cantar poesias num lamento milongueiro...

E me despi do acalanto, e me vesti de poeira e campo,

Para ver com meus olhos de lua, a pampa que herdei.

E vi no amanhã

A esperança de ver em meu filho

O que hoje sou,

Porém, melhor do que jamais serei...

Caco de Paula

28/09/2002

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