E vi no amanhã
A esperança de ver em meu filho
O que hoje sou,
Porém, melhor do que jamais serei.
E dizer nas palavras, sábias,
Que ele terá um mundo novo e melhor...
E vi na aurora o brilho do hoje que se faz amanhã,
E vi no luar, o lumir dos meus antepassados.
E vi, pois olhei, e não me calei:
Gritei o mais alto que pude e o mais forte que sei!
... E vi, pois busquei em olhar encontrar novos horizontes.
E vendo, embriaguei os meus olhos de poesia e de campo
E deixei-me ninar pelos braços fecundos da terra,
E floresci primaveras nos meus sonhos de outono.
E vestido de um vento morno, que me despiu n’alguma infância perdida,
Ouvi minha voz – já há muito esquecida – a cantar poesias num lamento milongueiro...
E me despi do acalanto, e me vesti de poeira e campo,
Para ver com meus olhos de lua, a pampa que herdei.
E vi no amanhã
A esperança de ver em meu filho
O que hoje sou,
Porém, melhor do que jamais serei...
Caco de Paula
28/09/2002
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