sábado, 28 de novembro de 2009

Pra um fim de tarde.

Já faz parte do meu gosto, encilhar o baio no fim de tarde.
Antes do mate, a camperiada, pra horas que o dia se encarde.
Enquanto o sol vai alongando a sombra do macegal,
Sou eu, o baio e o cusco, nas voltas do manantial.

Meu baio é mais que um parceiro... Um companheiro pra toda lida!
Mesmo que eu durma nas encilhas do tempo, ele conhece os caminhos da vida.
Com afagos, domei este potro – bem mais que a rédea e buçal,
Forjado no baio, tal qual um centauro, retrata a estampa de um general.

O cusco coleira, vai sempre ao meu lado. É feito uma sombra abaixo do estribo.
Se um tompaço da vida me leva do pago, este cusco parceiro vai junto comigo.
Quando o sol, que é tão velho quanto a pampa, vem pra acordar o mundo,
Feito uma sombra campeira, se vai comigo o cusco coleira, direito a invernada do fundo.

Meu mate, sagrada herança charrua, me espera depois da lida...
Têm gosto de boas-vindas os braços da minha xirua.
Que esperou, ansiosa, voltar este peão,
Pra camboniar noutro mate jujos de sonho e ilusão.

Me sobram motivos pra cantar esta vida, pois a lida me ensina o que busco saber...
E esta simplicidade, é toda a fortuna que preciso pra viver.
Um baio parceiro, um cusco bem companheiro pras lidas do dia a dia,
Uma mulher carinhosa, um mate pro’s dedos de prosa... Que mais, posso querer?


Caco de Paula.
12/12/2008

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